A forte estiagem que atingiu boa parte do país, inclusive a região noroeste paulista, no início deste ano diminuiu as expectativas para a safra 2014/2015 da cana-de-açúcar.
As principais usinas da região centro-sul do Brasil já entraram em operação, mas ainda não há projeções oficiais da união da indústria de cana-de-açúcar (única) sobre moagem e produção deste ano. Na região noroeste paulista, até o fim do mês as usinas começam a operar.
Segundo o representante da Unica, Sergio Prado, a renovação dos canaviais vinha ocorrendo nos últimos anos, o que garantia a produtividade. Mas isso não vai ocorrer e a produtividade deve cair em função da seca, levando a uma safra parecida com a do ano passado.
No fim do ano passado, como sobrou cana na lavoura, havia uma expectativa de que a atual safra pudesse ser antecipada, mas não foi isso que ocorreu e o início a safra é considerado normal.
Para o representante das usinas o cenário hoje também é pior. Em função do endividamento dos empresários e pelo fato de que os preços não estão remunerando a atividade dentro do necessário.
Hoje, o preço do litro do etanol anidro está em R$ 1,61 nas usinas, de acordo com o CEPEA. Em igual período do ano passado o valor era R$ 1,37.
Mesmo sem dados oficiais, a previsão é de que a safra seja mais alcooleira, já os preços do açúcar no mercado internacional continuam com problemas e há sobra de estoque.
O último levantamento da Unica revela que, até a segunda quinzena de março foram moídas 596,6 mil toneladas de cana, para produção de 25,5 milhões de litros de etanol e 34,2 mil toneladas de açúcar nas usinas da região centro sul do país na safra 2013/2014.
No ano passado algumas situações eram mais favoráveis ao setor, como a redução da incidência do PIS e COFINS para o etanol, queda de juros para renovação do canavial e estocagem, além da volta da mistura de 25% de etanol na gasolina.
O setor precisa de medidas estruturais e uma medida de curto prazo, como o aumento da mistura de etanol na gasolina para 27,5%, um assunto já ventilado pelo governo.