Foto: Reprodução internet |
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A empresa chinesa China Three Gorges (CTG), arrematou ontem, quarta-feira (25), duas usinas hidrelétricas da região, que ficam em Ilha solteira e Jupiá. A empresa opera a maior hidrelétrica do mundo, de Três Gargantas, na china, no leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para concessão de 29 lotes que somam 6 mil MW de potência instalada. No total, a CTG pagou R$ 13,8 bilhões ao Governo Federal pelo direito de operar as usinas pelos próximos 30 anos.
As duas usinas foram as primeiras arrematadas no leilão, ambas pertenciam a Companhia Energética de São Paulo (CESP) e formavam o lote D, foram com capacidade instalada conjunta de 4.995 MW, o que coloca o grupo chinês entre os maiores geradores de energia do país.
O valor de outorga corresponde a 81% da arrecadação total esperada pelo governo. Com a licitação de todos os lotes ofertados, o governo receberá R$ 17 bilhões sob a forma de bônus de outorga, dos quais R$ 11,05 bilhões no final de dezembro. Os R$ 5,95 bilhões restantes devem ser pagos pelos vencedores do certame ainda no primeiro semestre de 2016.
Para o consumidor, o leilão não fará muita diferença, segundo Fábio Berretta, diretor da Rio Preto Energia, não se deve esperar por redução na tarifa de energia e nem aumento, é apenas uma transferência de gestão. Ele ainda afirmou que único efeito mais considerável pode ser interno, com mudança de funcionários.
De acordo com, o secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, a CESP já havia decidido desde 2013, não participar de uma eventual disputa pela concessão das usinas de Jupiá e Ilha Solteira.
Ele ainda criticou o fato do leilão promovido nesta quarta-feira (25), pelo Governo Federal não ter exigido dos novos controladores das usinas nenhum investimento em aumento da capacidade de geração de energia do país.
Para o secretário o leilão não vai acrescentar nada ao setor elétrico. Os R$ 17 bilhões arrecadados vão para o tesouro nacional. Também afirmou que as mesmas usinas vão gerar a mesma quantidade de eletricidade e o bônus vai ser pago pelo consumidor com zero de novos investimentos.
Segundo Barretta para que o governo exigisse melhorias ou aumento na geração, ele teria que elevar sua proposta de pagamento anual. Ele conta, que havia uma situação complicada. O governo estava oferecendo pagar menos às empresas com a justificativa de que só será preciso produzir e cuidar da manutenção.
Caso o governo pedisse para que houvesse novos investimentos ou aumento na geração de energia, as empresas poderiam reclamar que estavam recebendo pouco para isso. Ele finalizou.
Os outro lotes foram leiloados para empresa mineira CEMIG, para CELESC, para CELG Geração e Transmissão, e para Copel e a empresa italiana ENEL.
A CEMIG que já era a concessionária responsável pela maior parte dos ativos, arrematou o lote D, o segundo mais importante em termos de capacidade. O valor a ser pago ao Governo Federal soma R$ 699,6 milhões. Já a CELESC pagará R$ 228,6 milhões pelos ativos do lote C, incluindo usinas que já pertenciam a ela.
A CELG Geração e Transmissão
participou da única concorrência do leilão e venceu a disputa com o consórcio Juruena pelo lote A, e manterá o ativo. Para tanto, pagará R$ 15,8 milhões ao governo.
A principal novidade do leilão, além da CTG, aparece no lote B. A Copel manteve o controle da usina Parigot de Souza, porém as usinas mourão I e Paranapanema passarão a ser operadas pela italiana ENEL. O lote B prevê o pagamento de R$ 735,5 milhões de bônus de outorga, dos quais R$ 574,8 milhões referentes à usina Parigot de Souza.