Foto: Reprodução internet |
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Governo tem pressa e deve apresentar já nas próximas semanas proposta de reforma |
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O tamanho do rombo deixado pelo governo Dilma pode ultrapassar os R$ 160 bilhões de reais. A nova equipe econômica tem sido surpreendida com aumentos de gastos que foram aprovados no apagar das luzes, pouco antes de a presidente ser afastada.
O novo governo está suspendendo tudo e já disse que a reforma da Previdência é fundamental para cobrir esse rombo. O Ministro da Fazenda deixou claro que a reforma da Previdência já vai começar a valer para quem ainda está no mercado de trabalho.
Não é para o futuro, é para agora e para os trabalhadores que estão na ativa. O governo tem pressa e deve apresentar já nas próximas semanas uma proposta de reforma.
A Previdência tem provocado uma cratera nas contas públicas e o governo quer idade mínima para a aposentadoria, e a mesma idade para homens e mulheres.
Ontem quarta feira (18), a equipe econômica se reuniu pela segunda vez na semana com sindicalistas para discutir a reforma na Previdência. O Brasil ainda é considerado um país de jovens, mas essa realidade está mudando. Hoje pouco mais de 12% da população brasileira tem mais de 60 anos. O IBGE estima que até 2060, 33%, ou seja, um terço dos brasileiros, serão idosos.
E ao mesmo tempo em que o número de aposentados vai aumentando, a população jovem, trabalhadora, diminui. Se hoje para cada aposentado existem cinco brasileiros em idade ativa, serão menos de dois por aposentado em 2060.
Foi esse cenário que a nova equipe econômica apresentou aos representantes de centrais sindicais. O governo do presidente em exercício Michel Temer diz que é urgente fazer a reforma da Previdência. A ideia é encontrar uma proposta para evitar que os trabalhadores atuais sejam prejudicados no futuro. Uma das propostas em estudo é fixar uma idade mínima para a aposentadoria, mas os sindicalistas resistem e querem discutir outras mudanças.
Dizem que as mudanças feitas na Previdência ano passado com a regra que soma idade e tempo de serviço para chegar a 85 no caso das mulheres e 95 no caso dos homens, com uma progressão ao longo dos anos já resolveram parte dos problemas. Segundo o diretor da Central dos Sindicatos Brasileiros, Juvenal Pedro, ninguém vai se aposentar com menos de 65 anos e que essa é uma questão secundária que já está sendo resolvida e vai ser resolvida dentro de 10 anos.
O Ministro da Fazenda disse, em entrevista a jornais, que a idade mínima não é inegociável, mas que a ideia de mudar regras só para os que ainda vão entrar no mercado de trabalho é uma má solução porque não teria efeito imediato.
E a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem (18) uma pesquisa para mostrar que 65% dos brasileiros concordam com a idade mínima para aposentadoria.
A pesquisa indicou também um crescimento no número de brasileiros que apoiam a reforma, com equiparação do tempo de contribuição para todos os brasileiros. Dos entrevistados, a pesquisa mostra que 75% preferem mudanças nas regras da aposentadoria para garantir a sustentabilidade do regime.
Chega a 65% o percentual dos que apoiam mudanças na idade mínima para aposentadoria por tempo de contribuição e 72% defendem a equiparação das regras para todos os trabalhadores.