Foto: Reprodução internet |
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Sergio Machado |
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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse aos investigadores da Lava Jato, não há dúvidas para ele de que havia uma iniciativa de muitos políticos para prejudicar a operação.
Segundo Machado, haviam muitos políticos de diversos partidos procurando construir um amplo acordo que limitasse a ação da Operação Lava Jato. Em seu depoimento o ex-presidente da Transpetro, explicou os diálogos que gravou com caciques do PMDB em março - antes de o processo de impeachment de Dilma ser aberto pelo Congresso. As conversas trataram, dentre outros assuntos, de estratégias para barrar a Lava Jato.
Todos os políticos flagrados nos diálogos e também citados na delação do ex-presidente da Transpetro negam envolvimentos em irregularidades e rechaçam as acusações de Machado.
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado indicou em sua delação premiada que a maior parte da propina que obtinha para políticos era paga em dinheiro e a menor parte, em doações eleitorais.
De um total de R$ 115,3 milhões obtidos, ao menos R$ 83 milhões quase (80%) teriam sido repassados em dinheiro e outros R$ 26,3 milhões por meio de contribuições oficiais para campanhas.
Os números são a soma do que ele falou sobre cada um dos mais de 20 deputados e senadores citados por ele aos investigadores da Operação Lava Jato. Vários dos repasses estão discriminados em tabelas nos documentos que integram o acordo de delação premiada, separando vantagens ilícitas em doações oficiais e vantagens ilícitas em dinheiro.
O maior beneficiário dos pagamentos citado por Machado é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teria recebido um total de R$ 32,2 milhões, sendo R$ 24 milhões em dinheiro, pagos entre 2004 e 2014. Para campanhas, Renan teria levado R$ 8,2 milhões. Uma das doações teria sido feita para Renan Filho (PMDB-AL) em 2014, na disputa para governador.
Na delação premiada, Machado diz que os recursos, para campanhas ou entregas em dinheiro, eram obtidos junto a construtoras e empresas contratadas pela Transpetro. No caso de Calheiros, por exemplo, as doações eram oriundas da Queiroz Galvão e da Galvão Engenharia.